terça-feira, julho 26, 2005

Moeda oficial da Terra do Nunca

Céu farrusco para primeiro dia de férias. Trouxe uma surpresa. Um saco com moedas para o pai não gastar muito dinheiro. -Posso ir comprar outro surfista prateado? - a Sofia, uma amiga que ele costuma encontrar no restaurante deu-lhe uma daquelas plaquinhas quadradas com o desenho de um surfista prateado. - Esse dinheiro não dá, Pedro. - Dá, dá. A mãe deu o dinheiro. - Pedro, esse dinheiro dá para eu e tu brincarmos mas não dá para brincarmos com os senhores das lojas. - Dá Pai, eu tenho moedas. - Vamos fazer uma coisa... - O quê, Pai? - Levamos o dinheiro à loja e depois perguntamos se o senhor quer ficar com ele e dar-nos as coisas que queremos. - Boa, pai. Boa. - E se ele disser que não? - Eu não choro. - Não. - Valente. - Fico triste mas não choro pai. Posso ficar triste se não chorar? - Está bem, triste podes ficar. Eu também fico. E assim lá vamos levar as moedas estrangeiras do Chipre, de Inglaterra, da Tailândia e que só valerão mesmo na terra do nunca.

2 comentários:

da. disse...

..ficamos triste...quando as moedas são o nosso coração..e nada conseguem...

maresia disse...

Repito, a Paternidade faz-te bonito. E para lá da Terra do Nunca, há-de existir uma outra Terra, uma Terra do Sempre.