terça-feira, maio 12, 2009

Campanha negra

Se aqueles que mandassem no Partido Socialista me tivessem como protótipo do eleitor comum, o Partido não faria campanha eleitoral para as europeias 2009. Veja-se o meu caso: antes das eleições começarem tinha todas as razões para votar PS. Todas as razões e mais uma: uma bancada socialista forte na Europa iria certamente rever o comissariado do sr. Barroso e arranjar uma alternativa política a esta candidatura, podia até ser portuguesa (confesso que sou sensível a este argumento, não porque prestigie o país mas porque facilita o acesso do país à Central Europeia de Negócios que a Comunidade Europeia também é). Mas depois começou a campanha. Não tenho nada contra Vital Moreira. Mas tenho esta estranha mania de, mesmo quando o meu voto são favas contadas, querer ser seduzido pelos candidatos. E Vital Moreira, cujo gabarito intelectual como constitucionalista sempre apreciei, não só não me seduz como tem feito uma campanha que soma disparates atrás de disparates. Foi a prestação no Prós e Contras, foi a reacção aos incidentes do 1º de Maio, foi, indirectamente, a retórica farinácea de Manuel Pinho. Mas como não há festa nem festança em que não apareça a D. Constança, também ela, Elisa Ferreira, sente uma especial inclinação pelo abismo. É mau demais para ser verdade. Apetece dizer, eu vou só ali ao Bloco dar o nome mas depois volto para o meu querido partido. São rosas, senhor, são rosas!

2 comentários:

Eduardo Graça disse...

Pois estás a penalizar os melhores - esses que citas - como não te seduzindo. Os melhores em todos os sentidos e ainda para mais independentes do próprio partido socialista. O pensamento livre e a independência política deixaram de ser valorizados. O lugar das ideias que podem ser aplicadas no bom governo deixou de ser apelativo. O julgamento do desempenho dos politicos sérios que situam a sua acção no espectro politico a partir do qual se pode exercer influência na governação cede à facilidade da defesa da exterioridade absoluta dos que parasitam o sistema democrático. Cuidado não vá um dia apagar-se a luz da ribalta antes do fim da peça.

JPN disse...

Eduardo, o único que citei como não me seduzindo, foi Vital Moreira. De Elisa Ferreira tinha a melhor imagem como politica. Valorizo isso tudo que tu dizes, tanto em relação a Vital como Elisa. Mas não posso deixar de apontar que me parece uma situação muito mais grave do ponto de vista do parasitar o sistema democrático uma atitude politica de "ir dar o nome a Bruxelas". Ou de dizer que "o dinheiro é do estado, é do PS". São dos melhores em quse tudo: menos na comunicação politica. É por isso que eu digo, mais valia ficarem sentados em casa à espera do meu voto fiel. abraço