sexta-feira, março 29, 2024

Vale do Silêncio

Cada vez mais sinto que há uma solidão inevitável no mundo e que é ela que torna tão feliz, tão promessa, tão delirio, o encontro, seja lá qual for a modalidade. 

Atravessarmos o nosso mundo sem a enfrentarmos pode ser um desperdício de tudo. Principalmente um desperdício do encontro, da potência do encontro. Sei do que falo, grande parte da minha vida tem sido ou esse  desperdício ou luta contra esse desperdicio. 

Viver, este instante que acabo de viver comigo e, eventualmente,  convosco, é uma experiência intangível. 

Respirar a sombra viva. Há frases, neste caso o título de António Ramos Rosa, que me ficam a sussurar ao ouvido. Quanto mais me afasto da humanidade, da bazófia do humano, mais me sinto, de uma forma quase religiosa ( religiao, religar) unido áquele respirar do mundo a que não atribuimos uma autonomia, uma consciência, um pensamento próprio. 

1 comentário:

Anónimo disse...

Há encontros soberbos. Dulce