quinta-feira, julho 24, 2003

a mente, esse universo dentro de nós...

Ando meio perdida, confessaste. Tentei passar ao lado, louvei-te a vida boa. Vida boa?! A minha mãe tem Alzheimer há dois anos... [ Porra, esqueci-me! O raio dos Blogs, das prisões preventivas, do teatro, o meu universo de dores próprias e específicas, esqueci-me. Esqueci-me. Nem dá para o chiste com que costumo brincar com estas falhas de esquecimento. Agora não dá.] está a viver contigo? não, está lá em casa, no Gerês...com o meu pai...já não o reconhece....nem a mim...felizmente não tenho irmãos...sempre os quis ter, achava que uma casa com muita gente era abençoada, mas agora não...ainda bem que não... mas nem te reconhece? tu não sabes o que é a doença de alzheimer?! [não sei mesmo. nem me vou desculpar com o tempo que gasto a escrever os meus textos, blogs, sites...não sei mesmo. a seguir a estudar o código penal sobre as prisões preventivas e escutas, vou atirar-me à enciclopédia de saúde...ou perguntar ao médico explica...] eu já nem peço que ela consiga lembrar-se de mim...só queria que ela não destruisse a casa, que aprendesse a urinar no bacio...qua deixasse o meu pai um pouco menos dolorido... não consigo perceber o que o se está a passar contigo...lembro-me que com a morte do meu pai senti que o mundo tinha desabado mas isso...não consigo, Ana. [Deixei-te ir, rapariga forte, minhota dos sete costados, a minha solidariedade contigo fica um degrau abaixo do que é possível fazer...é tremendo o fim da memória...é tremendo...as coisas que desaparecem...talvez um novo objecto em via de extinção Abrupta...

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