segunda-feira, setembro 22, 2003

Loucos de Amor

um actor diz-me, o critico do Público arrasa a apresentação de "Loucos de Amor". respondo-lhe, ficaste contente, hem?, assume que sim. à custa de sermos vitimas dos tratos de polé da imprensa quando, por vezes, esta fila os dentes zurzindo sobre o objecto teatral experimentamos um leve sentimento justiceiro quando vemos outros, mais fadados pela fortuna mediatíca, a sofrerem a mesma arruaça. leio o apontamento da Visão. digo: ora aqui está a diferença entre um bom e um mau serviço ao teatro. o do "Público", grita na sua titularia, dirigindo-se especialmente áqueles que não gostam de ler os textos até ao fim, e que, assim, só os devoram até ao tutano quando procuram nele a comprovação daquilo que intuiram na testa, no lead do texto. o da Visão, titula sem histerismos. mas vai-se a ver e dizem os dois a mesma coisa. o crítico do Público até é mais entusiasta, fala de momentos de perfeição. a única diferença é que este último atribui, na sua critica, mais importância retórica ao modo como ele encenaria aquele mesmo texto, deixando escapar para o título o confronto da sua virtual encenação com a encenação que Ana Nave apresentou. Prémio de Consolação: há muitos leitores do Público que também lêm a Visão. [ que saudades do Manuel João Gomes e do seu incansável e persistente amor ao teatro. dizem-me que não pôde recolher-se na Casa do Artista. parece que este amor, esta paixão, não era ofício teatral, apenas cívica condição. se assim foi, para além da grande admiração que tenho pela obra e por quem a fez, pateada monumental!]

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