segunda-feira, novembro 17, 2003

No culo. Apetecia-me simplesmente escarrar....

para o chão e dizer indecências e, cá para mim, ao deitar-me, enfrentando aquele anjo de porcelana que colocaste na umbreira da minha cama, mãe, nem teria sequer de justificar-me pois tudo isto seria menor diante das obscenidades que, como lacraus, irromperam dos mais respeitáveis lugares neste últimos dias do rapto do Carlos Raleiras e do tiro no rabo que levou a Maria João Ruella, a partir de agora a nossa Maria João. É insuportável ver este travesti de jornalistas que consideramos. Vejo Carlos Raleiras a abrir e a fechar malas, a mostrar as roupas dele, do Rui do Ó, da Maria João, num longo plano sobre o vazio, a estupidez, vejo as televisões a servirem-nos isto, em peças duplas, triplas, o directo de figo maduro, nem era caso que se pudesse dizer estava maduro no ramo, não estava, verde, cru, tudo isto, o que as televisões disseram, o que as comunicações de sua Excelência o Senhor Presidente da República, do Excelentíssimo Governo, do Dr. Alicides Vieira, todo este enorme blogue nacional, deveriam ir já para um disco rígido para memória futura. Sem isso amanhã, a juventude que não ama a nossa história nem respeita os nossos simbolos, os nossos hinos vai julgar que ficámos assim, idiotas, de repente. É em momentos como estes que a poesia acontece e que nós sentimos que somos todos jornalistas.

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