terça-feira, dezembro 16, 2003

Ao longe

Vejo aqui que os dias podem ser outros e que podem até fazer sentido. Hoje fui eu levar o Pedro à creche. Ele acorda mais cedo que eu, claro. É um autêntico despertador. Apanhei-o por volta das oito. Estivemos a bezerrar no sofá da sala. Benditas sejam as mães e todas as mulheres do mundo mas há momentos em que apenas dois homens (crianças?!) enchem uma casa. Às nove ele desafia-me para ir ver a nova cama dele. Está entusiasmado. " 'amos e'onder, pai?". Estamos escondidos. É uma brincadeira que inventei para aqueles dias em que ele me vinha desafiar para a brincadeira matutina e eu ainda queria dormitar mais um pouco. Escondemo-nos debaixo do edredon e fazemos um " 'uaquinho" para espreitarmos os perigosos inimigos, entre os quais a mãe, que se aproximam. Não rende muito mas, entre as 8h e as 8h30 uns minutos sem a claridade da luz sabem deliciosamente. Às nove e vinte antes de meter o turbo que me há-de levar não ao céu mas ao chuveiro, a vesti-lo, e a marchar em passo de corrida para a creche ainda fazemos as marionetas. Comprei ontem uns bonecos lindissimos na Abril em Maio. Ele está deliciado. Uma das marionetas é quase do tamanho dele. Volta à baila aquela teoria de que duas crianças ( ok, eu assumo!) enchem uma casa. E enquanto corremos apressadamente pela rua, numa espécie de apanhada pontuada apenas pelos momentos de atravessar estrada, a vida faz-me um sentido bestial, não, não chego aí, ao sentimento, fico pela emoção.

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