segunda-feira, dezembro 01, 2003
É evidente... (Bolsas de Criação Literária 1)
...que o meu post anterior tem tudo aquilo que eu não gosto de ler em posts, principalmente os meus. É uma posta de pescada. Não fresca, congelada. Mas, mais ou menos fúria, mais ou menos ponderação, mais ou menos processos de intenções, é exactamente o que eu penso. É claro que só por tolaria é que se poderia pressupor que eu estava, deste modo, a apor argumentário ao discurso liberal sobre a cultura. Ao assumir a minha falta de pachorra para conversas deste tipo, eu estava, não menos assumidamente, a desconversar. É claro que também ninguém me perguntou o que é que eu penso de 90 % por cento dos posts blogosféricos sobre o pensamento liberal em relação à cultura. Mas como a grande vantagem da condição blogonauta é eu não precisar que me perguntem nada para avançar com uma ideiazinha da minha autoria, sem grande fervor pelo rigor dos números, lá vou adiantando que dos 90% de posts blogosféricos sobre a sanha liberal face à cultura 95% são...ou melhor não são. Não são nada. Porque para serem alguma coisa teriam de, para além desta avulsa brincadeira de se dizer que o apoio estatal é uma forma de sustentar burros a pão-de-ló, ou que quem é apoiado pelo mesmo é funcionário do Estado ( nunca conseguirei, nem mesmo nestes dias mais azedos atingir esta subtil ou cretina pontaria de com o mesmo insulto atingir o Estado e o cidadão alvo da minha fúria) de responder a esta primeiríssima questão: o que é, o que se pretende que seja para a nossa vida social, a cultura e a arte e em que é que, pensamos, acreditamos que ela serve para, objectivamente, fazer da vida dos manéis, dos joaquins e das marias uma vida melhor?
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