quarta-feira, dezembro 03, 2003
Resposta de Quartzo-Feldspato-Mica (Bolsas de Criação Art. 8)
Se alguém leu as primeiras entradas sobre ética blogueira deve estar lembrado de que aqui no Respirar não se aplicam regras, como as do direito de resposta, por exemplo. O que não quer dizer que não possam ser publicadas respostas. Quer dizer apenas que a serem publicadas de facto, são porque se entendem relevantes para esta respiração. Como acontece com uma carta que recebi de Rui Manuel Amaral (da equipa de Quartzo-Feldspato-Mica :
"Chamo-me Rui Amaral e fui o autor de um dos textos que cita nos seus últimos posts. Se me permite, gostava de roubar alguns segundos da sua paciência para lhe explicar melhor aquilo que quis dizer. Acho que interpretou mal as minhas palavras. Reafirmo aquilo que disse em relação ao financiamento público dos escritores. Estou plenamente convencido de que um bom escritor será sempre um bom escritor, em qualquer parte do mundo, independentemente dos subsídios, do mercado, do que quer que seja do ponto de vista material. O JPN não me conhece e por isso incorre no erro de pensar que pertenço ao coro liberal. Não é verdade. Em lado nenhum afirmei ser contra a intervenção do Estado na área cultural. Aliás, uma política sistemática de não intervenção conduz a situações como aquela que actualmente vivemos no Porto: zero em termos de animação cultural. Eu sou contra as bolsas de criação literária, ponto final. Não disse mais do que isto. Os cheques não fazem escritores. A escrita, como sempre aconteceu, implica sacrifícios. Pessoa não recebeu subsídios. Whitman não recebeu subsídios. Walser não recebeu subsídios. Pound não recebeu subsídios. Centenas e centenas de escritores inesquecíveis não receberam subsídios. De resto, de todos os escritores que beneficiaram de bolsas de criação literária qual é que acha que vai ficar na história da literatura?"
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