segunda-feira, janeiro 05, 2004
Não trabalharás no Dia do Senhor !
A morte não respeita os meus Domingos. Comecei pela Basílica da Estrela, segui para o Alto de S.João, onde uma prima minha foi cremada. Agora, isto. A morte do Eduardo Guerra Carneiro. Sempre esta estranheza perante a morte, esta garantia da injustiça. Apenas meia-dúzia de palavras trocadas com o Eduardo. Mas sempre a saber-lhe o rosto a espreitar no balcão do bar "Tertúlia". Lembro-me dele dos debates promovidos pela APAD (Associação Portuguesa de Argumentistas e Dramaturgos) uns metros abaixo, no "Targus", há uns dois anos. Sempre aquela fleuma pensante. Mais um elemento da minha tribo a desaparecer. Mais um familiar que se foi. A morte não respeita os meus Domingos. E lá fora ecoam cornetas a saudar vitórias de um futebol que também já morreu, ferido pela violência e pela mediocridade. Procuro refúgio nestes apartamentos escritos por amigos, que se chamam blogs. E recordo o azul maravilhoso do céu de hoje. Ainda há esperança.
Luís Graça
4 de Janeiro de 2004
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