quinta-feira, fevereiro 26, 2004

Flor do Mundo

Não quero a perfeição. Não quero nem a perfeição de sentimentos, nem a perfeição dos corpos. Também não quero a vida isenta de custo, de preço, de hora. Não quero a perfeição nem em sentido absoluto nem em sentido relativo. E muito menos em sentido perpétuo. Quero que fales. Parece-me perfeito o mundo quando falas. Como também me parece perfeito quando te calas. Seja repentinamente ou pausadamente, de forma ritmada e prevista. Quero que fales, quero que esbracejes. Podes até insultar todo esse mundo de pequeninos e de talvezes que se nos alapa às costas. Parece-me perfeito o mundo quando o vejo assim, chingado, desprezado por ti.

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