sábado, junho 19, 2004
Coerente de Ar
Tenho, mesmo se com algum atraso, realizado a maior parte das minhas projecções e sonhos. Tanto na escrita, como no teatro, como na animação cultural ou no ensino. Há sempre um problema de escala, claro, mas confesso que isso nunca me danou. E também se pode dizer, admito que sim, que os meus sonhos são particularmente pequeninos. Aí talvez não concorde. Ter trabalhado na Quinta da Calçada e ter feito com a Luísa Sousa e Silva a Rádio Nascente, criado a Malta das Ideias no bairro da Quinta das Laranjeiras com o Bernardo e a Sara Corte Real, ou no Bairro da Boavista ter feito a Televisão Independente da Boavista com o Manuel Peixoto, são para mim sonhos enormes, dos maiores que a terra pode dar a um homem de boa vontade. Dizia eu, tenho realizado a maior parte das minhas ambições e sonhos. Há duas que não fiz:uma, fazer documentários que sejam algo entre a escrita, a ficção e aquilo que a custo vamos chamando real. Fazê-los autonomamente, quer dizer, garantindo desde a recolha e captação até à produção. A outra, comprar uma caravana e fazer teatro nas escolas, nos largos, andando por aí, sem eira nem beira. A minha primeira peça, Geraldo Carne e Osso, fala disso mesmo. Não sei se alguma vez realizarei estes dois meus sonhos. O que eu sei é que a ideia de vida, esta vida, a minha vida, não me seria suportável nem tolerável sem essa corrente de ar que por este sonho escorrega.
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1 comentário:
lá andei eu à procura da melancolia na frase, e em não dando com ela, percebi onde estava: em mim. tenho um lado melancólico. que é mais fácil de remover do que as frases que se dizem.
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