quinta-feira, outubro 07, 2004
Delito de opinião
Confesso que nunca gostei do estilo demagogo, brilhante, mas demagogo, teatral, de Marcelo Rebelo de Sousa. Os seus comentários de domingo eram péssimos momentos de televisão, independentemente do share. Além do mais Marcelo Rebelo de Sousa recorrentemente enganava os seus espectadores oferecendo-lhes uma isenção e uma equidestância que não tinha, não podia ter. E não considero que seja uma questão derrímivel com um "é televisão privada". Não é verdade, ou pelo menos, não é a verdade explicada da melhor forma. Não há nos canais chamados generalistas, televisão privada. Há, como referiu o Terras do Nunca, televisão que presta um serviço público e televisão que disponibiliza um serviço de interesse público. O que caracteriza as televisões dos operadores privados que concorreram às frequências disponíveis para quem se candidatou a prestar um serviço de interesse público é que têm também um padrão de avaliação da sua actividade. E imagine-se, "reavaliação" do alvará. No entanto esse pecadilho não pode, por alguém de juízo, ser assacado a Marcelo Rebelo de Sousa, sim à TVI. E mais, claro, as pressões politicas por parte de alguém cujo grande mérito é ser um santanista de primeira hora, revelam o tão fundo que Portugal bateu. . E não é só Portugal. É também o mundo. Veja-se os EUA onde Kerry enfrenta uma tenaz usurpação dos meios públicos para influenciar a vitória republicana. José Sócrates tem aqui uma oportunidade de ouro para mostrar que esquerda é essa que traz no peito. É preciso denunciar, é preciso protestar, é preciso dizer a cor azul destes putos loiros. E já agora, enquanto Sampaio não se reforma, reformem-se as instituições sampaístas.
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2 comentários:
Hum...aahh... chhh... bem....ehhhh... reparem...ohhh...meus senhores... baaah... respeitem a minha comoção!
isso dava um magnífico post, José Flávio, e se o escrever não me esquecerei de ti, claro. Parece contraditório, não é?. Já Teatro Teatral, o nome da obra que primeiro nos apresentou Vzévolod Meyerhold, grande homem de teatro russo e contemporâneo de Stanislawski, nos dá também conta dessa grande tensão que existe na arte teatral: a procura de uma teatralidade mínima ou a entrega apaixonada a uma teatralidade garbosa de si mesma. e se isto já se passa assim em relação ao teatro, imagina que essa clivagem aumenta quando passamos do teatro para a comunicação, prática à qual, automaticamente, costumamos associar valores como a espontaneidade, a sinceridade. mas a pertinência da tua pergunta mantêm-se. se voltar a isso de forma mais demorada aviso-te. abç
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