quarta-feira, dezembro 01, 2004
Fazer o circo descer à cidade
Há quem exulte. Quem festeje. Sampaio desta vez parece ter acertado no timing. O Natal é o tempo mais indicado para fazer descer o circo à cidade. Vi ontem os arautos, os malabaristas, os palhaços, as focas e os leões amestrados. As mesmas frases mil vezes repetidas. Sócrates lesto a dizer a única coisa que reiteradamente se espera de um lider da oposição, que esteja preparado para ser governo. António Vitorino desce também ao burgo. Louçã foi o bobo da corte, ouvi-o inflamado a dizer aquilo que qualquer português sensato repete: "o sistema só pode ganhar com a consulta ao povo. perdemos assim quatro meses". Só que em Louçã soa a falso, a postiço, a plástico. O líder de um aglomerado politico tão incongruente - o que não impede que tenha eficácia comunicacional e politica - como o Bloco de Esquerda, que usa todas as suas competências comunicacionais para nos fazer esquecer a real dimensão politica que tem, a congratular-se com a ida às urnas. Como se na vida do Bloco de Esquerda a ida às urnas não fosse momento dificil, conturbado, traumático, de choque com a realidade. Jerónimo, na sua profunda felicidade também esteve bem, para variar. Santana Lopes, a atirar-se para o tapete, melhor ainda. Até Manuel Monteiro, ou não fosse ele lider de uma nova democracia, quase atingiu a perfeição. E digo quase porque o das feiras e das farturas ainda vai falar. Talvez ainda antes do cheiro a óleo se evaporar surja o nosso mestre sala, a perorar sobre a dificil arte de governar o tempo que resta até à sua morte em Setembro de 2005. Ou de como até lá tudo o que tivermos de viver será ainda consequência da sua abdicação.
É mais do mesmo neste sistema com sinais exteriores de democracia.
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4 comentários:
Gostei da análise, próxima do que eu mesma penso.
Vague
Ah! E não é por concordar com ela que a aprecio, mas por estar consistente e lúcida. E chega de elogios, que não o são ;)
Até.
Também quero elogiar. Se o bom não tem limites, este texto é concerteza muito bom. Está cá tudo.
Parabéns!
Depois do parabéns, faltou Nico.
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