terça-feira, dezembro 28, 2004

Sempre o Natal me trouxe este cheiro a renovo. Talvez seja do frio. Faz um frio que me faz, onde me faço. Tenho saudades tuas. E nem me demove não saber quem tu és. Ou, como me diz uma muito boa amiga, ter quatro ou cinco nomes, conforme o rumo dos ventos, para prantar à minha estrela do norte. E também não se trata de arranjar trabalhos supletivos, como um edredon de penas ou uma botija de água quente. O frio de fora aquece-me. Ligo o aquecedor a óleo, coloco o pijama que me deram neste último Natal sobre as tiras e enquanto faço chá e ponho dois biscoitos de manteiga que fiz durante a tarde, sonho com uma felicidade originária. Falta-me tanto tempo para estar comigo que me sinto em casa, na minha casa. Não é o frio do mundo, portanto. É mesmo este não te ter que me rói, que me corrói. Eu sei, antes de te encontrar tenho de saber quem tu és, onde moras. De que lado do mundo praticas a tua inennarrável bondade e beleza. Talvez seja por me ter demorado um pouco mais na caixa de fotografias enquanto procurava as de Archie Sheep. A verdade é que agora, nesta pequena noite que, como um cogumelo gigante deixo crescer dentro do meu dia, sabes-me a uma música antiga. Seja numa praia do litoral oeste, numa cabine de fotos rápidas, na Gran Via, ou ainda nas agora devastadas praias tailandesas, aquece-me um desejo, um tremor. Enquanto em mim te afuturas. Tenho saudades tuas.

1 comentário:

Maria do Rosário Sousa Fardilha disse...

Adoro o filme. claro! e o brilho dela. e o misterioso Rick Blaine. Mas sempre me intrigou por que ninguém se lembra do nome do marido dela (nome do personagem) no filme. A Ilse Lund era casada com...? Presumo que ninguém queira ser um herói da resistência, casado com uma mulher bela e leal (mas infiel?
Homens e mulheres preferem o Rick solitário e céptico, camaleónico e duro, aventureiro e romântico (daquela única vez!

Ah, ele chamava-se Victor Laszlo. E sim, tb prefiro o Rick (é a voz!)