segunda-feira, janeiro 03, 2005

Quando íamos para a praia do Castelo aproveitar este sol já habitual nos primeiros dias de Janeiro, e a propósito de movidas, a movida lisboeta que o Orlando tão bem conhece, começámos a falar do tempo que cabe em 20 anos. - Em 85, não sei se te lembras, estavamos nos anos em que o pessoal começou a vestir de preto e branco, a levantar o pescoço com sobranceria - é claro que com o avançar da noite e dos copos as cristas baixavam - e começou-se a estragar aquele espirito de solidariedade que tinhamos aprendido com o 25 de Abril. Em certos aspectos regressou-se ao marcelisno. Mais do que o 25 de Novembro, foi aqui, nas coisas culturais, que tudo se tramou com aqueles pespinetes armados em gente superior. Lembras-te? - Ao marcelismo, Orlando?! Que raio de conversa é essa? Cassete? - estava supreendido com esta latitude de pensamento. O Orlando é da área das ciências, um físico, um tipo da racionalidade. - Sim, marcelismo. Não digo fascimo, digo marcelismo e o seu principio de que há que enfatizar e dar importância aos detentores do capital em prejuízo de todos os outros. O economês começou a ser esta forma absurda de dar uma importância absoluta aos problemas e às pessoas que detinham o capital. Não te lembras? Claro que me lembro.

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