sábado, janeiro 15, 2005
Uma flor no meu universo
Hesito em escrever sobre ti. Quis, e quero, que aqui a minha ficção seja um lugar de verdade. Começo por ouvir o Cálamo, de Walt Whitman. Tenho-o ali à beira da cabeceira da cama, na diagonal com um pequeno televisor que me adormece quando estou só. Hesito em escrever sobre ti, tão ciente estou que acabarei por escrever sobre mim mesmo, sobre o meu andar por aqui. A propósito de estrada, de caminhar. É talvez a maior ideia de ti, a que me conquista: uma flor na berma do meu caminho. Uma flor como nunca vi. Tens hastes, raizes e corola mas quando me movo, é o teu movimento que registo. Caminhando lado a lado, eu na berma do teu caminho, tu na do meu.
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6 comentários:
Todos nós estamos na valeta, mas só alguns conseguem ver as estrelas - frase sábia de Oscar Wilde.
A estrada da vida é sempre suficientemente larga para dois...
O silêncio acontece-nos tão pouco nestes dias. Na pré-história, mesmo antes do primeiro fósforo, o silêncio era um mar cheio de peixes. Hoje o silêncio só mesmo quando nos deslumbramos, quando perante naturezas mortas. É a possibilidade de personificar. Chamem-nos manipuladores, egotistas. Eu ficaria bem no fundo do mar, onde também há algas com clorofila. E dançam como é possível ver nos documentários.
One must feel the chaos within to give birth to a dancing star, Nietzsche, desde que o caos interior não queira perversamente magoar o caos alheio. Cada caos é um caos só. E um cais para aportar verdades ternuras indizíveis coisas.
é só pra dizer que achei este post muito lindo
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gostei do que li. gostei deste blogue. voltarei.
maria
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