sexta-feira, fevereiro 11, 2005

Amor e dedinhos do pé? ( Já ouvi isto em qualquer lado)

Uma noite há qual dediquei um poema, em linguagem encriptada, porque a poesia é forma de expressão dolorosa. Fazer amigos através de amigos, é espontâneo, é 100% seguro. E houve um momento que nos ficou a todas, a todas as mulheres presentes naquele grupo que se deslocava na noite em direcção a um sujo, vá lá, prosaico local de diversão noturna. E passo a contar: uma das raparigas pediu que lhe atassem o atacador da bota, daquelas que se usam agora, a meio caminho entre as de super-herói e as de boxeur, porque estava de mini-saia, também daquelas muito modernas que mais parecem um cinto largo. Enfim, uma das outras raparigas lá se baixou para lhe atacoar o bendito cordão. Um dos rapazes, naqueles momentos iluminados dignos só de um homem sensível, disse: - O amor é mesmo isso, um homem apertar a fivela da sandália de uma mulher. Estupefactas, claro que os outros homens presentes continuaram no mesmo ritmo de passada, nós mulheres, entreolhámo-nos. Juliane, a rapariga da saia mini, leu-me mais tarde o que escrevera sobre o episódio. Pedi imediatamente autorização para divulgar o reflectido aqui: "Gostava de te comprar sapatos. Vermelhos, de verniz, para tu usares nas ocasiões especiais, como nas alturas em que sorris do meu amar tolo. E me toleras. Ia pedir-te que andasses descalça em casa, para eu poder conhecer mais intimamente cada dedinho do teu pé, mas como sei que irias recusar, iria oferecer-te muitas sandálias para poder espreitar os teus reservados pés. Sempre gostei de mulheres que se recusam a andar descalças em casa e escondem os pés nos lençóis. Contigo sempre soube que iria ser assim, que teria de adivinhar a forma das tuas unhas e o sabor dos teus pés. " Mais tarde, o Fernando disse-me de onde lhe viera a tal metáfora de amor. Era a legenda de uma ilustração que o tinha visto crescer, e que estava afixada numa parede da casa de campo dos pais. - Cheguei a uma idade em que entendi o que queria dizer aquilo. Mas passei a infância toda sem saber. E o Fernando não é nada velho, tem 20 e poucos anos.

1 comentário:

hexagram disse...

Espero ter entendido bem o texto. O que a esta hora se afigura difícil, visto que acordei agora e estou todo rameloso,lol. Que imagem linda : p

Vem na sequência daquele ‘nojo’ que comentaste no outro lado.
Acho que o amor é mesmo isso é partilhar o que é nosso com o outro sem qualquer tipo de problema ou medo de nos mostrarmos ao outro. Somos o que somos e quem gostar ou quiser tem de gostar da nossa maneira de ser tal como ela e do passado que temos se bem que, tal como já me leste anteriormente esse passado nos possa fazer alguma confusão às vezes, mas isso é como cada um. Cada um tem e vive com a sua consciência.
Tens que escrever mais coisas pa. Tou de férias do meu e assim venho comentar o dos outros : p
Bjs