terça-feira, fevereiro 15, 2005
Dia de São Valentim
Ela voltou, tinha de voltar hoje. Ele citou o meme de fulminante infecciosidade e louvou a simultanea humildade e interioridade do tampax. Ela e ele tiveram um dia realmente dificil. Aqui um cartão antigo do dia, da mesma forma que mesmo ali que parecendo que se fala de São Valentim, o que se diz é mais do que o ícone. Não acaba fora do mundo esta ideia do amor.
Neste mundo mas fora dos blogues, a minha flor de São Valentim dei-a àquela mulher de setenta e seis anos que encontrei no balcão dos correios. Doiam-lhe os olhos, e assim os esfregava, confessando como era insuportável querer ver e não poder. Não os esfregue, respondi, já o meu marido também me dizia isso, não esfregues os olhos. Não sei porquê, olhei-a e imediatamente me acudiu à ideia de que hoje era o Dia dos Namorados. Virei-me para trás para a Praça de Camões; ao pé da estátua encontro um indiano. Saio, vou ter com ele, arranco-lhe uma flor e corro a oferecê-la à minha breve senhora de casaco de pele de coelho aconchegada com um xaile negro de malha. Feliz Dia de São Valentim, digo, ajoelhando-me.
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2 comentários:
Por vezes, ao ler-te (se nao a maioria das vezes),interrogo-me se é realidade ou ficçao. O meu filho, começa agora a diferenciar, isso mesmo e eu sua mae, ainda hoje nao sei adivinha-lo.
Seja real ou ficçao, mais uma vez consegues comover-me. Acordas-me para outras realidades.
Obrigada
Partilhas
Eu partilho contigo a verdade possível: A mulher não era ficção. Os olhos, a dor dos olhos, infelizmente, também não. Agora o resto, só foi verdade na minha fantasia.
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