quarta-feira, março 23, 2005
Guardar as Almas
Há uns tempos deixei ficar uma colecção de discos seus em casa de um amor terminado. Não foi desleixo, aquele descuidar de quem parte sempre inesperadamente dos lugares onde não esteve ou não conseguiu estar. Foi vontade. Eu sabia que aqueles discos quando giravam no prato davam um redobrado contentamento a pelo menos duas almas. Era assim uma forma engenhosa de eu guardar as almas nas quais não me detive.
[roubado da Blimunda]
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1 comentário:
para não ter de deixar os meus maiores pedaços em casa de amores deixados, ainda não partilho o que mais me satisfaz
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