sexta-feira, março 04, 2005

Pensar estimula como quando andamos à chuva e parece que chove mais

"Não queremos ter aquela noção de que a televisão tem de educar o povo. Temos de estimular as pessoas. Se sentirmos que as pessoas quando vêem a informação da RTP se sentem estimuladas para alguma coisa, estamos a cumprir o objectivo", continua Luís Marinho, na entrevista a que já fiz referência. Há uma coisa que não se percebe. A insistência de Luís Marinho na imagem do Professor Marcelo, quando, ao mesmo tempo, assume que não quer educar as pessoas. A ideia de que não quer educar o povo é uma ideia simpática e até, humilde. O problema é que ela aparece pelo lado da não compreeensão do espaço que, nas sociedades contemporâneas, a televisão ocupa na formação das pessoas . Por outro lado Luis Marinho assume que quer fazer as pessoas pensar, mas o pior é quando revela a sua ideia de pensamento: a estimulação. O problema não é o que ele diz ou pensa. É o que ele se mostra incapaz de pensar.