sexta-feira, maio 20, 2005

amanhã

Ele não sabia que uma mulher podia ser morada de uma doçura tão inaudita. Pressentiu-o, quando ela começou a descer pelo seu corpo e circunscreveu a língua a um anel de fogo que circulava entre o seu sexo. Os rapazes mais velhos chamariam a isto um violento broche. Ele não. Tinha deixado tão em suspenso a delicadeza com que ela lhe brincava com o sexo, foi assim mesmo que ela lhe disse, deixa-me brincar com ele, que se surpreendeu com as palavras que lhe chegaram à boca, amanhã. E repetiu, amanhã, uma, duas, três mil vezes, até que deu uma gargalhada, um riso brutal. Tinha, na sua própria asserção, percebido finalmente o que era, na vida humana, o futuro.

2 comentários:

Anónimo disse...

parabéns hoje (ou será amanhã?). e sê bem vindo aos ímpares.

Anónimo disse...

Futuros bons de perspectivar...
;)