segunda-feira, maio 16, 2005
Mnemónica
Agora que ela me fala de Berlim e da obsessão germânica com a memória e diz que aquilo a que chamamos racionalidade está intrinsecamente ligado à memória, lembro-me de Saarbrucken. Fui lá no decorrer de uma Universidade de Verão em Metz, o tema era a Prevenção Primária à Toxicodependência. Metz e Saarbrukken estão ligadas por uma geminação muito peculiar: o nazismo. No Salão dos Paços do Concelho da Câmara de Saarbruken, os pendões, as gravuras e as imagens na parede ainda servem para dizer que havia dois campos de batalha e uma linha divisória entre eles. Naquela altura, estavamos com gente do conhecimento. Gente com outras pontes abertas nas avenidas do pensamento. Lembro-me claramente de os olhar nesse momento na cerimónia no salão dos Paços do Concelho. Fez-se, na informalidade do que tinha sido até ali a nossa visita, um rasgo de pompa e circunstância. Os rostos destes homens do conhecimento transiram-se. Ainda se lembravam.
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