segunda-feira, maio 16, 2005

O espirito germânico

Uma vez, há muitos anos, ainda no tempo dos Olivais, um amigo meu que tinha uma casa que seria um albergue da juventude se não houvesse alguns liberalismos de usos e costumes que nunca se encontrariam nestas simpáticas pousadas, acolheu um rapaz alemão. Na tarde em que o encontrei, ele, talvez Frank, estava a fazer uma marioneta. Vivia do subsídio de desemprego e era aquilo que na altura chamávamos, um deserdado do sistema. O que mais me impressionou foi a forma como aquilo que ele chamava a inteligência e o rigor do espirito germânico lhe estava tão interiorizado que até recorria a ele para explicar a forma engenhosa como concebia os seus bonecos articulados.

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