domingo, maio 22, 2005

O ponteiro do outro lado do tempo

Chamei-lhe intimamente o relógio dos 4 ponteiros. Ontem, era já a manhã que se antevia da minha janela, enquanto relia pela enésima vez o cuidadoso manual de instruções que o acompanhava, chamei-lhe intimamente o relógio dos 4 ponteiros. E pensei nela como se fora a Alice. Era tudo tão urgente que eu adormeci como um bebé nos seus braços. Não me atrevi no entanto. Não me atrevi no entanto a extrair algum significado daquele corpo sem idade que pousou sobre o meu na dança/contradança em que a encontrei. Não sei se é por medo do ridiculo, se é por ser dificil encontrar um olhar mais perturbante e tranquilizador, continuarei apostado em fazê-la sentir ainda mais recente do que aquilo que é.

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