domingo, junho 12, 2005
As minhas certezas gerais
Ontem, inadvertidamente, alguém me lembrou: aos vinte e dois anos eu era uma caixa de certezas. Certeza gerais. Não certezas absolutas. Também tive a minha idade para as certezas absolutas mas foi antes, como anterior também foi aquele Porque não sou Cristão? que me levou pela mão até à minha descrença actual. Tinha uma certeza geral no teatro, na arte e na poesia. Acreditava não menos geralmente na humanidade. Talvez, não me lembro, no meu país. E, desalmadamente, em Paris. No enamoramento, na paixão. Na escrita. Acreditava-me num palco, num palco com luzes sobre um estrado de madeira. Também besuntei as páginas no DN Jovem com as minhas certezas gerais. Gradualmente, como a uns cai o cabelo, foram-se-me as certezas gerais. A última, a que me acompanhou até há bem poucos anos, foi a minha crença na humanidade. Ela era parte de uma outra, a da vida, que só em sonhos e em palavras me abandonou.
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