quarta-feira, junho 08, 2005

A caixa do tempo

Tenho em cima da cabeceira uma caixa do tempo. Hoje acordei sobressaltado com o rugir lento e meticuloso daquilo que parecia o meu próprio batimento cardíaco. Abri os olhos, dei-me conta, não era em mim. Apercebi-me então da aproximação entre o bater da caixa do tempo e o do coração. No som ritmado que dos dois se despreende. Será que em nós o tempo é uma invenção do coração? Ou seja, inventar o tempo é reinventar o batimento cardíaco? O afecto? Poderei mesmo viver ao seu compasso?

2 comentários:

Anónimo disse...

Olá.

Para mim, o tempo não tem nenhuma realidade, qdo nos parece longo é longo, qdo nos parece curto é curto.
Medimos o tempo por meio do espaço e o espaço é percebido através dos nossos sentidos ( vista e tacto).
Para que se possa medir o tempo é necessario que seja uniforme...e não é.
Enfim... o tempo é uma convenção inventada pela sociedade para nos regular, para nos regrar de igual modo.
Nós de facto fazemos o tempo...

Sei lá

Um beijo
MM

Anónimo disse...

o tempo talvez seja mesmo uma invenção, agora o compasso... o saltitar de um passarinho na calçada de Lisboa, a passada pesada e gigante do homem apressado, a inquetação do toc toc dos saltos de Madame Buterfly ao encontro do seu amado...

"se algum pintor reproduzir a tua imagem, (tem de captar a tua voz, tão sensual,) tem de saber pintar o ritmo dos teus passos em movimento que mais parecem querer voar"