segunda-feira, junho 06, 2005

Epiderme

Hoje pensei na tua pele. Não na tua pele que não conheço, na ideia da tua pele. É verão, começo a gostar do desejo de pele. A tua pele é ágil como a minha nunca será, eu sei, e gosto também que ela seja escura. Não sei onde é que sou homem. Habituei-me vezes demais a pensar que era a minha lava que fazia de mim um homem mas hoje sei, não é. Sou homem, e vou dizer uma alarvidade, porque quero ser o texto da tua pele. Impresso, como uma gravura. Uma sombra. Na tua pele escura, mais escura ainda. Há uma novidade na tua pele e essa novidade serei eu. Sou homem porque só deixarei de existir quado me tornar a palavra da tua pele.

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