segunda-feira, junho 13, 2005
O nosso amor
No nosso amor penso muito. Porque o vejo. Devagar. Tão devagar quanto possível, para não o assustar ou o negar ou o mandar embora. O nosso amor, corrijo, o meu amor, corrijo, o teu amor, corrijo, algo de nosso, mas que não é amor. Eu perguntei-lhe, assim “És o Amor?” E ele, num tom de voz manso, mas decidido, abstraiu-se do livro onde estava mergulhado e disse “Não. Nasci com o propósito de o ser se me desejarem. Até lá, vou lendo os meus livros e aprendendo tudo o que possa. Ainda provarei que não sou cego.” Esse amor, ou algo de nosso, que não o é bem, é o homem que cá fica quando vais e estás muitos dias sem aparecer. Um homem maduro, na expressão duro e frágil, porque é tão fácil ficar. E fácil que é ir sem se despedir, seguindo-te a última vez que cá vieres visitar-me. Faz-me companhia, por enquanto. Vou ter mais saudades dele que tuas.
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1 comentário:
Final apoteótico!
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