quarta-feira, julho 20, 2005

Explicação

Encostas a cabeça ao teu par. Pressionas ligeiramente como se fosse aí que conduzisses o ziguezaguear pelo tablado. Eu daria a minha vida por me encontrar um minuto que fosse com o meu único único par. Viver é como caminhar num deserto. Por vezes uma miragem surge, a vontade de, a ilusão. É preciso dar a vida por um sonho destes. Sessenta segundos disso e bastaria para aferir tudo o que uma vida, a minha, conteve. Ainda hoje quando me encontro no chão de dança é a emoção que me guia. Não sou nem do sexo, nem do amor, nem da alegria. Sou triste como um carvalho. Forte como um touro. Terno como mim. É na ternura que me encontro quando danço. Não sei explicar.

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