terça-feira, agosto 16, 2005

Paradoxo

Um blogue é uma coisa privada-pública. Pressupôe que alguém, na sua intimidade, se dá em pública expressão de si. Fazêmo-lo para um público misto, de pessoas que nos conhecem, de outras que nos desconhecem. Mas não escrevemos para um só destinatário. O respirar não é, nunca foi uma carta. Eu deveria deixar de escrever aqui por uns tempos. Estou terrivelmente apaixonado. Cada palavra que escrevo tem o seu nome. Não existo senão no meu pensamento nela. É terrivel. É terrivelmente bom porque é a gosto mas tremo só de pensar o que seria se fosse mau. Seria terrivelmente mau, doentio e a doença da paixão para mim é o pior de que um espirito pode ser acometido. É extraodinariamente injusto para os outros leitores do respirar, sei. O paradoxo é que não prescindo de escrever aqui. É como se esperasse que este meu afecto também vos afectasse. Vos guiasse. Iluminária na noite escura. Não é de hoje nem é por ter o peito a rebentar que o penso, é ele, o peito, que nos guia.

2 comentários:

Amélia disse...

Não se preocupe.Tanho para mim que o individual contém em si o universal...

Carla de Elsinore disse...

meu amigo, estás absolutamente à vontade. ;-)