quinta-feira, novembro 03, 2005

Globalização

No outro dia vi Belmiro de Azevedo ser entrevistado por José Manuel Fernandes e Graça Franco para um programa na 2 que é uma parceria entre o Público e a Renascença. A certa altura Belmiro falou nas ideias insensatas de Soares sobre globalização. E que só por isso não podia votar nele. Antes de mais devo dizer que se não votar em Soares é porque terei também excelentes razões para o fazer e que não considero que as minhas sejam mais válidas do que as de Belmiro. O que eu queria chamar a atenção foi para este momento de ineludível ternura que trespassou a troca de palavras entre José Manuel Fernandes e o seu patrão, Belmiro de Azevedo. Este momento de forte emotividade também não me fez esquecer do essencial sobre a globalização: Belmiro de Azevedo perorando para o seu empregado sobre a excelência, sobre o sucesso, sobre as razões que nos fazem ter em Cavaco as nossas melhores esperanças, num programa que o seu jornal realiza com a Rádio Renascença numa televisão do Estado. Pública. Como é que um tipo que não compreende que este acto é ferido de uma ética rasteira, comezinha, chula, pode entender que um discurso crítico sobre a globalização seja uma porta aberta para as potencialidades e mundos que ela nos abre?

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