terça-feira, novembro 29, 2005

A visita

Aquela cidade arrastava tempestades. Emocionava. Não ficavam pedras nos sapatos, diziam-me. Que ali eram frontais. De todas as maneiras os queriam fazer pequenos: que as ruas eram estreitas e fechadas com granito. Desfeitas todas as ideias compradas a sul, aquela cidade pareceu-me mais bonita que o elogio dela. Que lá chove muito e que o frio é gelo, dei o braço a torcer. Da varanda da casa de todas as cores, pensei na Alice e em como aquela cidade era dela. Chá em caneca, a Alice cabia nas minhas mãos, ouvi, ouvi, ouvi. De manhã, decorei as ruas. Pelo sim pelo não, decorei as ruas para quando o amor estiver de visita.

1 comentário:

origami disse...

A tua inteligência de, admirada, admirar o mundo não se leiloa nem está à venda. :)