sexta-feira, dezembro 09, 2005

Paisagem sem Título: O Amor em Auto-Construção

Não sei se é próprio dos amantes, esta necessidade de reiteração, de redundante presença na linguagem do amor. Eu sinto-a, como uma pulsão. mas eu sei que é ridiculo o amor assim, em letra de forma. Penso, por isso, em escapar à linguagem do amor. Penso em falar do amor com palavras novas. Só que antes de mim e depois de mim já todos falaram sobre ele com todas as palavras, as antigas, as actuais e as novas. Já não há renovo no linguarejar dos amantes e assim, eu insisto, sinto uma pulsão exacta. O amor em si. É uma espécie de rebentamento. Um incitamento. Há uma violência quase pornográfica no amor que, exausto, não se detém na palavra que não pode exprimir. A única coisa que me sai dos dedos: há uma teia que pacientemente, segundo a segundo, construo para mim mesmo.

4 comentários:

CatarinaSantos disse...

As palavras estam tão gastas que por vezes são insuficientes para transmitir sentimentos tão profundos e intensos como o amor. Também já não encontro palavras novas para tanta coisa que sinto dentro de mim, já foi tudo dito, e quando penso acrescentar algo novo chego à triste conclusão que são apenas devaneios meus, quase pura louruca.
Visita meu blog:

www.palavrasenterditas.blogspot.com

Gostei do que li aqui.

Marinha de Allegue disse...

Neste intre, o Amor arrecende a Malvarosa na miña porta, e nas miñas mans, despois de regar e sacar as follas secas.
Un pracer descubrirte.
:)

Luís disse...

Essa teia não captura. É mais lugar de propulsão.

Anónimo disse...

Bem vindo, homem-aranha!!!
Não se esqueça de continuar a actualizar os seus métodos. Porque planeta está em permanente expansão.....
A teia pode ser realmente um lugar de propulsão!
Como diz Luis.