domingo, dezembro 18, 2005

Poesia do avesso

Este Dezembro idiota. Ou como tu dizes, este alibi do tempo. Os dias de inverno e no inverno as segundas feiras. Os dias cinzentos. O cansaço pelas festas de natal. Na Guilherme Coussul foi almoço de natal. No trabalho também. Aquelas festas obrigatórias. O fazer de conta. Que somos uma família quando realmente somos uma família e queremos ser uma família. Que gostamos da vida que levamos quando de facto a escolhemos e queremos viver os nossos dias assim. Que nos amamos quando na realidade nos amamos e queremos amar-nos. Que gostamos muito de nos ver porque assim é, gostamos de nos ver, queremo-nos. Fingimos que é dor a dor que deveras sentimos. É a poesia que há em nós. Só que ao contrário. Ou no avesso. Somos todos poetas virados do avesso. Virados para o avesso dos dias, das estrelas.

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