Presépio

Ontem eu e o Pedro fomos ver a Igreja da Graça. Brincamos sempre lá ao pé. Desta vez entrámos. Fui mostrar-lhe o presépio. A árvore de Natal. Pús um euro e de uma rajada acendi dez lâmpadas de uma caixa de esmolas. Ao passar pelo presépio descobri a antiga emoção que era quando chegávamos à altura de o montar. Ir apanhar musgo. Tirar os papéis de jornal e colocar os pastores, os reis magos, os animais. A sagrada família. Lembro-me. O veio de água a correr do presépio que havia no Sobreiro, na loja de olaria do José Franco era delicioso. Mas só ontem me dei conta de uma coisa. Todos os bonecos olham para o chão. Só aqueles que estão ajoelhados levantam os olhos para o céu. E será mesmo para o céu?