terça-feira, janeiro 31, 2006
A Carta
A minha afeição pelos posts da Lúcia dos CTT vem dos tempos em que eu era carteiro. Habituei-me a levar as cartas dos outros. Nunca pensei que um dia receberia uma. Por isso hoje quando abri a caixa do correio e percebi que estava um envelope, com uma folha de onde saiam um conjunto de palabras em branco, estremeci.
Eu também tinha a minha carta. Eu, o das cartas dos outros, recebera a minha carta. Estava vazia. Nem uma palavra. Apenas um eco, uma reverberação, um apelo: preenche-me.
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