sexta-feira, janeiro 27, 2006

Quem nunca pecou?

Pelo menos por seis vezes o miúdo foi atirado contra os pilares de pedra. Não tem um arranhão à vista. Estranho isso. Mas também estranho as pessoas que dizem que umas chapadas e uns puxões de orelhas são condição para educar os filhos dos outros. E ainda me lembro de entrar numa das casas, há muitos anos, e sentir que eram como bichos, encolhidos e maquinais nos sorrisos a quem vinha de fora. Repressão e clausura, disse um relatório, uma vez. Violência sexual, escravatura. O padre tem uma voz cansada de se defender, o funcionário diz que têm de sobreviver a isto, a tudo. É dar a outra cara, como convém. Os miúdos prometem contar tudo um dia. Mas, por agora, aquela é a única família que reconhecem. Nada feito no país da verdade ou consequência.

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