quinta-feira, abril 20, 2006

Ilusão do poder

Ainda o Zé Ramalho. Cruzámo-nos por acaso na Flor do Mundo e tomámos o pequeno almoço juntos. Conhecemo-nos há mais de vinte anos, quando trabalhei nas Marionetas de Lisboa. A certa altura pergunta-me pelo meu mestrado, uma investigação que estava a fazer sobre a escrita teatral em Portugal e que não terminei. Disse-lhe que não estava interessado no mestrado em si, sim na investigação de um problema que me afectava, a comprensão sobre o processo de desenvolvimento da dramaturgia em Portugal. Ele concordou comigo mas alertou-me, há que não desprezar esse aspecto académico também. Outra vez o poder. Os centros de decisão a fugirem-nos das mãos. Sorri. Disse-lhe, problema deles. Tudo isso só nos aproxima do deus pagão onde oramos. Nada de essencial.

2 comentários:

Onan disse...

Nada de essencial: é só o poder: e ficarmos à margem: questão fodida: sermos livres fora do poder e não termos o mínimo poder de poder. Toda a História da Humanidade a isto se resume. Eu, por mim, juro, não sei.

JPN disse...

Onan, sorri comigo: a margem é do outro lado. o poder que tantas vezes representamos como poderoso é pífio. Expropria a humanidade da sua história. Ou achas que a história da humanidade se resume assim?