terça-feira, abril 04, 2006

Olha-me nos olhos

E diz que és feliz. Mas não mo digas apenas. Di-lo de forma a que, com a mesma sinceridade com que o afirmas, eu possa acreditar no que dizes, afirmas. Não sei se percebeste. Eu não quero que sejas infeliz. A infelicidade é tão falsa como a felicidade, era bom que nos entendessemos definitivamente sobre esse assunto. Nem quero que chores. Só quero que rias e que no teu riso eu perceba que isso te basta, que não há nada mais a completar. Aí sim, eu vou aceitar que penses que eu sou maldito. Que eu vou acabar por perder o emprego. Por lixar tudo. Tanto faz. Tu também não te importas que eu pense que tu sim é que estás a dar cabo disto tudo. E no teu caso, por causa da famosa economia de escala, quando eu digo tudo, é mesmo tudo.

2 comentários:

Anónimo disse...

ás vezes achamos que lemos almas. temos essa mania. ao queremos acreditar tanto numa coisa, ao desejá-la, acreditamos que lemos almas no fundo dos olhos. e depois há verdades (as verdades são tão cruéis ás vezes)que deviam ficar escondidas só para continuarmos a acreditar que lemos almas e para não sentirmos o mundo (o nosso, o que construimos dentro de nós) tão fragil como uma balança ao vento.

(é nesses momentos que vemos que a felicidade, se fosse uma coisa sólida, não seria um todo, mas particulas minúsculas que tentamos juntar)

Anónimo disse...

ás vezes achamos que lemos almas. temos essa mania. ao queremos acreditar tanto numa coisa, ao desejá-la, acreditamos que lemos almas no fundo dos olhos. e depois há verdades (as verdades são tão cruéis ás vezes)que deviam ficar escondidas só para continuarmos a acreditar que lemos almas e para não sentirmos o mundo (o nosso, o que construimos dentro de nós) tão fragil como uma balança de papel ao vento.

(é nesses momentos que vemos que a felicidade, se fosse uma coisa sólida, não seria um todo, mas particulas minúsculas que tentamos juntar)

(falharam-me as palavras. falham-me muitas vezes. escorrem por entre os dedos.)