quinta-feira, maio 25, 2006

Domingo, para mudar a Colômbia

Ouço Manuel falar-me de que irá à Embaixadada Colômbia votar por Carlos Gavíria e da esperança que isso significa para ele e para muitos colombianos. Escrevo este post em casa da de uns amigos e já estou arrependido: Manuel está histérico. Coloca também aí o programa de governo. E olha, o encerramento da campanha teve sessenta mil pessoas. Queres uma foto,tenho aqui...,insiste. E eu vou escrevendo. É impossivel não escrever. Calto é uma das pessoas mais bonitas que conheço. E eu que nem sabia de onde lhe vinha a calma, a tranquilidade. Há pouco confidenciou-me, sou um sobrevivente de guerra. Na sua terra os paramilitares fazem o trabalho sujo dos militares. Aliás, toda esta conversa começou quando vi Manuel ler um documento do ministério da defesa sobre os grupos ilegais. É ambíguo, esclarece. Por um lado fazem estes estudos, por outro apoiam os grupos paramilitares. Os militares e as multinacionais. Do petróleo, das frutas. Fala-me da União Patriótica, que vinha das regiões e começou a ser exterminado, selectivamente. Está entusiasmado. Ele e a mulher, portuguesa. De repente a salsa no CD, Carlos Gavíria na PC. Domingo vai ser um grande dia para Manuel*. [Manuel é um pseudónimo. Porque, como ele assume, o medo ainda faz parte de todos nós. Está a milhares de quilómetros, um imenso mar atravessa-se entre ele e a sua terra e o sentimento de medo e de receio ainda impera]

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