segunda-feira, junho 12, 2006
Anacronismo
Da janela do Teatro ouço um persistente toque de uma flauta. Estou embebido noutros pensamentos, demoro tempo a aperceber-me. É o som de um amolador. O som de um amolador! Não o vejo, já subiu a Rua da Misericórdia em direcção ao Largo do Cauteleiro mas imagino-o. Imagino-lhe a bicicleta, a cinta em torno do guiador. Até prevejo os sacos em torno do selim.
Outros tempos neste tempo.
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2 comentários:
Outro dia também ouvi um, a passear vagarosamente na minha rua. Há anos já não o ouvia. Fiquei quietinha em silêncio a ouvir como aquele som quase celestial passeava na minha rua e me entrava janela dentro direito ao baú dos sons que guardo de Lisboa. Foi juntar-se ao som dos pratos e chávenas de café que se chocalham nos cafés, ao apito do policia sinaleiro, ao chispar do 28 quando vai a abrir calçada abaixo, entro outros que aí guardo no meu sótão da memória.
aqui vou eu, mergulho de cabeça na memórias
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