quarta-feira, julho 19, 2006

Na morte de um amor

Na morte de um amor nunca me liquefaço. Há uma lucidez terrível no olhar que vê um amor afundar-se nas águas. Eu não fui feito para o amor. Tento fingir que sou como as outras pessoas mas a verdade é que há um momento de verdade em que me confronto com a eterna questão: nasci para a minha solidão. Os amores chegaram sempre cedo ou tarde à minha vida. Por uma razão ou por outra. Nunca tive um amor pontual. Ou se tive, fui eu que me atrasei. Até a minha mãe, que me conhece como ninguém, no outro dia disse-me para aparecer, que gastasse agora em tempo o que pouparia em missas póstumas.

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