quarta-feira, julho 19, 2006

O Narciso na janela

Há rituais para tudo. Lembro-me de quando o pai do Luís, militar austero e severo, regressava a casa, depois de uma campanha. Os estores corriam-se até ao fim e havia um silêncio a prespassar tudo, as vozes no pátio, os ruídos dos brinquedos, os risos de crianças. Talvez seja daí o meu primeiro fervor anti-militarista. Quando ele se ía embora subiam-se novamente os estores, abriam-se as janelas, soltavam-se os sons, os risos, a alegria. Tenho por hábito por isso esperar tudo das janelas. E confiar-lhes tudo também. Todos os sinais.

1 comentário:

Anónimo disse...

eu tenho um manjerico na janela.