segunda-feira, outubro 16, 2006

Chove e troveja

O que é um lugar quando falamos do amedrontamento? A última tempestade que se deitou em Lisboa levou-me a um lugar antigo, na adolescência, quando eu tinha medo das trovoadas. Era um medo irracional, eu tremia com o ribombar dos trovões. Um amigo meu, adepto da racionalidade, tirou-me esse medo. O ribombar não fazia mal algum, o perigo era o raio. Graças a ele, venci o medo. Adoptei a racionalidade como companheira. E nem agora que o receio voltou cedi o passo à irracionalidade. Agora temo os raios, aquele desenho luminoso, pirotécnico, que incandesce os céus de Lisboa.

1 comentário:

Anónimo disse...

É um fascínio irracional, o meu. Quando há trovoadas, e estou em casa, aproximo-me logo da janela para ver o espectáculo fascinante dos raios a cruzarem o céu e mergulharem no rio (daí, também deve ter uma bela vista :-)). E o som... deve ser das raras vezes em que acredito que os deuses existem. A beleza na revolta (que antropomorfismo!!!) da natureza.