terça-feira, outubro 31, 2006

A história da osginha

Só agora que fui ao blogue da Isabela me lembrei de contar esta pequena história. No outro dia estava a jantar com a Guida cá em casa e deixei a janela aberta, como costumo fazer. Ou porque estava a arrefecer lá fora ou porque o calor da sala a tornava convidativa, o que é certo que nem uma hora passada já tinha uma convidada no tecto. Era muito pequenina, nada como as grandes osgas que eu já tinha visto no campo (ou na Tailândia, onde são respeitadas e proliferam, mesmo em sitíos mui selectos). Eu e a Guida olhámo-nos e ela percebeu pela minha cara que aquela conviva não só era benvinda, como também me repugnava. Fizémos rapidamente um esquema de possibilidades de eliminação de tão inofensivo réptil e foi a Guida que sugeriu:
- Aspiramo-lo e depois deitamos o saco fora e se for necessário o próprio aspirador.
Fui buscar o aspirador e escuso-me a contar a minha figura. Tinha escutado histórias de que as osgas, quando estão a ser atacadas, espirram um líquido venenoso, alérgico, e pensei no pior.
- Espera...- disse enquanto a Guida, em cima de uma cadeira, bramia o cano do aspirador.- Espera, pode ser perigoso. Vamos procurar na internet alguma coisa sobre as osgas.
A minha sala é bastantíssima minorca. Ou seja: estava eu sentado na mesa, portátil aberto, e a meu lado, em cima de uma cadeira, a Guida, nos tais preparos atrás referidos. Aproveitem-na. Não fotografámos, não filmámos, não vendemos os direitos e por isso esta é a única vez que tal cena se pode saborear.
Abro o google. Escrevo: osgas. Não fui tendencioso. Podia ter escrito, terrível osga. Ou, monstros começados por O. Nada disso. Osga. E a primeira entrada que descubro é exactamente esta.
Desato a rir. Leio-o à Guida. Já temos cobertura estratégica. A internet é mesmo um mundo, um universo inteiro. Mais uma osga que acabou sem glória no interior de um saco de aspirador. Só depois do facto consumado, o rebate:
- Ela não fazia mal nenhum.
- Era tão pequenina.
- Mas são muito perigosas. Uma vez sonhei com uma que era assim muito pequenina mas que depois começou a engolir as paredes, tijolos, janelas, tudo, e começou a inchar, a inchar até ficar uma osga tão grande, tão grande que com uma só patada fazia um tremor de terra.
"

4 comentários:

Anónimo disse...

medricas!! coitadinha da osguinha, elas não fazem mal nenhum e comem os mosquitos... mas para a próxima vez que te quieras ver livre de uma e só deitar-lhe água em cima, ela fica bem abananada e depois com a pá agarras e mete-la para fora da casa.

Anónimo disse...

Também não gosto nada de osgas e também sei que não fazem mal nenhum

mulher disse...

eu tenho uma que vive na caixa do correio. às vezes aparece cá por casa (Há muito tempo que não a vejo) mas que as melgas desapareceram, desapareram

Anónimo disse...

diverti-me muito a ler o teu relato e a relembrar a minha experiência com a osga. bjs, isabel