terça-feira, dezembro 12, 2006

Uma noite descansada, Eduardo

Eduardo Graça recorda a manchete do DN que marcou um estádio completamente diferente na publicação das cartas anónimas que corriam na Instituição a que ele presidia, e que chegavam assim, depois de um longo e atribulado caminho pelas terras do Diabo, à imprensa de referência. Nessa altura eu trabalhava no seu gabinete, como um dos seus assessores. Aliás, num outro texto fala o que se tinha passado a 3 em Dezembro de 2002. Na véspera, por alguém amigo, fui avisado das notícias que já corriam no DN Online e antes, na rádio.
Lembro-me exactamente como se fosse hoje. À pessoa que me contactara eu disse que era assunto requentado. Nós conhecíamos o percurso da gazeta que com recorrência circulava pela Instituição. Um mês antes o jornalista Pedro Guerra do Independente tinha tentado publicar uma notícia sem falar com o Eduardo Graça e, porque foi desmascarado à última da hora, o jornal recuou e publicou duas páginas de fotos da estreia do Magnífico Reitor que tinha ocorrido nessa noite. Adormeci tranquilamente e claro, nem telefonei ao Eduardo Graça. No dia seguinte, quando as notícias começaram a sair, confessei-lhe que tinha sabido na véspera. E disse-lhe porque é que não o tinha avisado. Ele agradeceu-me a noite tranquila. É o que te desejo agora. Como dizia o meu avô, uma noite descansada, Eduardo.

8 comentários:

Anónimo disse...

O teu texto seria é comovente, não fosse a realidade do que se passava, à época, ser bem diferente da tese de conspiração nele implícita. O que existia era corrupção, nepotismo, clientelismo larvar e métodos que não abonam em nada o personagem. Mesmo dando de barato que o "Eduardo" não sabia de nada (o que eu duvido) a verdade é que ele estava rodeado dos medíocres que todos nós tão bem conhecemos, pelo que não pode, agora, queixar-se. Ora, como é sabido, as tutelas nomeiam e exoneram as direcções que bem entendem. Ele utilizou os mesmos métodos com colaboradores seus e não se mostrou nunca arrependido. Devia ter-se lembrado, nessa altura, da máxima bíblica "quem com ferro mata..."

Anónimo disse...

O teu texto seria é comovente, não fosse a realidade do que se passava, à época, ser bem diferente da tese de conspiração nele implícita. O que existia era corrupção, nepotismo, clientelismo larvar e métodos que não abonam em nada o personagem. Mesmo dando de barato que o "Eduardo" não sabia de nada (o que eu duvido) a verdade é que ele estava rodeado dos medíocres que todos nós tão bem conhecemos, pelo que não pode, agora, queixar-se. Ora, como é sabido, as tutelas nomeiam e exoneram as direcções que bem entendem. Ele utilizou os mesmos métodos com colaboradores seus e não se mostrou nunca arrependido. Devia ter-se lembrado, nessa altura, da máxima bíblica "quem com ferro mata..."

JPN disse...

Fico a pensar na diferença que existe entre o que escreveste e aquele miserável arrazoado anónimo que durante anos nos massacrou a todos. E a única diferença que encontro é um nome. É por causa desse nome que não apago o teu comentário. Tens direito ao teu ressentimento. À tua cegueira. Se criares um blogue avisa-me...

Anónimo disse...

Percebo o teu incómodo. Já o esperava. Calar a verdade seria bem mais cómodo, mas não faz o meu género. Na história do INATEL ninguém está inocente. Muito menos as direcções que por lá passaram. Isso tanto se aplica às direcções do PS como às do CDS/PSD. Querer fazer de uns "bons" e de outros "maus", é um maniqueísmo que dá jeito, mas não espelha a realidade. O "arrazoado anónimo" de que falas já existia antes e depois do "Eduardo". É inerente à condição dos portugueses mesquinhos e medíocres. Uma herança do fascismo. Só não se compreende porque é que os "socialistas" não foram diferentes...Fazer agora de "virgem ofendida" como faz o ex-presidente é, no mínimo, hipócrita. É só isto. Denunciei a situação à época e fizeram "orelhas moucas". Em Portugal é sempre assim. Os portugueses nunca assumem nada, porque têm medo, vivem do clientelismo e não gostam de pessoas incómodas. Para mim, trata-se de uma questão de honestidade intelectual. Sabes o que é?

JPN disse...

Não, não percebes o meu incómodo. Tens demasiadas certezas para o poderes compreenderes. E estás demasiado perto da "verdade". O teu maniqueismo é esse, aliás. Diz-me tu: achas que eu sei o que é a honestidade intelectual?

Anónimo disse...

A honestidade intelectual é ter o distanciamento e a coragem necessária para denunciar as situações com as quais não concordamos, mesmo que com isso arrisquemos o "tacho". Nunca o fizeste, por isso não tens moral nenhuma para falares. Mas, ainda estás a tempo...

JPN disse...

confesso que não sei o que fazer-te já que preferiste entrar no campo do insulto. é patética esta situação que criaste e eu não vou ficar aqui a participar por mais tempo nela. até porque haveria milhares de pessoas de quem tu poderias dizer isto, menos uma. aquela que, desinteressadamente, no dia 3 de Outubro de 1999, lhe escreveu a ele defendendo-te, e ao teu lugar, denunciando uma situação com a qual não concordava, apelando para a sua intervenção directa. o mais irónico disso tudo: foi por causa dessa carta que ele me ganhou estima e consideração. se um dia fizeres o tal blogue, pede-me que eu te envie o ficheiro. na altura elogiaste-me muito a coragem, o distanciamento, lembras-te?

Porfirio Silva disse...

Ainda estou à espera que o interlocutor rui mota responda à última pergunta do interlocutor jpn, que é "lembras-te?". Responda. Gosto muito de saber como respondem a essas perguntas os anjos vingadores armados de espadas de fogo comprada no céu das puras virgens, esses anjos vingadores que guardam as espadas nas algibeiras (sítios pouco recomendáveis para guardar espadas) quando isso lhes convém.