domingo, fevereiro 04, 2007
escrever para teatro
o atelier de sinisterra colocou-me diante desta evidência: duas horas passadas a escrever para teatro revelam-me mais sobre os meus dispositivos narrativos ( e o que quer dizer, receptivos) do que meses passados aqui no blogue. vou por isso tentar respirar sem apagar essa outra respiração urgente que sinto como necessária. no teatro, quando escrevo para teatro, realizo algumas das minhas utopias mais importantes. o resto é um jogo de esconde-esconde aqui no tablado do blogue. mas que não é verdadeira dança. ou só o é, muitas vezes, na qualidade das pessoas que aqui se assomam. apaixona-me - apaixona-me na literalidade possível em que encontro a extrema fragilidade e uma força destemperada - o palco. um dia contarei como foi que tudo começou e vamos-nos rir um pouco, prometo. pensar que uma vida inteira se pode constituir a partir de um pequeno momento, parece-me absurdo. mas acontece.
a mim aconteceu-me. está-me a acontecer.
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