domingo, setembro 16, 2007

A importância da teoria

Hoje fomos pintar para a esplanada. Com algumas reticências dele. O episódio com o empregado da Junta de Freguesia ainda está na sua memória, amedrontou-o.
- Para a esplanada, não, pai. Ficamos aqui no pátio.
-Vamos ver. Agora vou tomar café. Além disso há as mesas ao lado da esplanada. - referia-me a umas mesas em frente à porta da Igreja.
- Essas não.
Ao sentarmo-nos na esplanada pergunto à empregada se podemos pintar. Ela sorri, faz-lhe uma festa na cabeça, diz-lhe que sim, ele fica convencido. Começamos a pintar. É delicioso. Não me aguento muito na pintura abstracta. Vou atrás de uma forma, de uma espécie de cabeça, e já estou na pintura figurativa. Ele mantem-se na abstracta.
- Gostas Pedro?
- Está muito giro. Gosto mesmo muito.
Ele é sempre assim com o pai. O tempo passa e só ele é que está a pintar. Começa a dar sentenças:
- O pai já percebeu que é preciso darmos mais tempo para as coisas sairem mais giras. É preciso termos paciência. O pai ainda não sabia porque é a primeira vez mas eu já sabia. A mãe no outro dia pintou um quadro para os avós e esteve duas horas e claro, ficou muito giro.
- Já aprendeste muita coisa!
- O pai não fique triste, ainda não sabia que é preciso tempo para aa coisas sairem giras.
- Então o meu não está giro?
- O pai não teve muita paciência para ficar a acabar tudo muito devagarinho.
- Tu disseste que estava giro!!!
- E está. mas com mais tempo podia ficar mais. É preciso sermos pacientes, pai.

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