quinta-feira, janeiro 10, 2008

Ecos

Daquela sala de tapete vermelho que ficava ao fundo do casarão cor de rosa onde, com o mago João, abriamos as entranhas, há, como dizia há tempos um amigo meu, coisas de que me lembro. Outras de que nunca me conseguirei esquecer. O Marques Arede, no seu trabalho final de curso, a dizer, tom forte e comovido, "recuso calar-me perante o silêncio da história". Ou o José Rui, que vinha fardado de Tondela, também no seu trabalho final, a estender a sua farda no chão e a contar a história da sua experiência de caserna. Lembro-me disso porque prometi há pouco juntar num chá vespertino - em torno de um chá princípe e de uma nespereira a plantar no meu quintal - uma ardósia azul e um guarda-rios. E depois fiquei a ouvir o tempo a desfiar-me vozes, ressonâncias que me ficaram para a vida. As nossas circunstâncias não são nossas.

1 comentário:

CCF disse...

Também ouvi aqui as vozes :)
~CC~